Esteatose Hepática: O Fígado Gorduroso e Seus Riscos à Saúde
- FERNANDO SALAN

- 9 de out.
- 2 min de leitura
Entenda o que é esteatose hepática, seus riscos e como o estilo de vida pode ajudar no tratamento.
A esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso, é uma condição em que o fígado acumula quantidades excessivas de gordura. Em estágios iniciais, costuma ser silenciosa, sem causar sintomas, o que a torna ainda mais perigosa: muitas vezes só é descoberta em exames de rotina.

Existem dois tipos principais: a esteatose hepática alcoólica, relacionada ao consumo excessivo de álcool, e a esteatose hepática não alcoólica (NAFLD), que ocorre em pessoas que não abusam da bebida, mas apresentam fatores de risco como obesidade, diabetes tipo 2, colesterol alto ou sedentarismo. Esta última tem crescido de forma preocupante em todo o mundo e já é considerada a causa mais comum de doença hepática crônica.
O problema da esteatose não está apenas na presença de gordura no fígado. O acúmulo pode gerar inflamação, evoluindo para uma condição chamada esteato-hepatite. Com o tempo, essa inflamação pode causar fibrose, cirrose e até câncer de fígado. Ou seja, algo que parece simples pode se transformar em uma doença grave.
Entre os fatores de risco, além do excesso de peso e da resistência à insulina, também estão a má alimentação, rica em ultraprocessados e açúcares, e a falta de atividade física. A genética pode ter um papel, mas o estilo de vida é o principal determinante.

O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância ou tomografia, que detectam o excesso de gordura. Exames de sangue podem ajudar a avaliar a função hepática, mas não confirmam a esteatose sozinhos. Em casos mais avançados ou de dúvida, pode ser indicada uma biópsia hepática para analisar o tecido.
Uma dúvida frequente é: existe tratamento específico para esteatose hepática? A resposta é que não há um medicamento “curativo” universal aprovado para todos os casos. O tratamento baseia-se principalmente em mudanças no estilo de vida. A perda de peso gradual é uma das estratégias mais eficazes: estudos mostram que perder de 7% a 10% do peso corporal pode reduzir a inflamação e até reverter a gordura no fígado.
Adotar uma alimentação balanceada é essencial. A dieta mediterrânea, rica em frutas, verduras, azeite de oliva, peixes e cereais integrais, tem mostrado benefícios comprovados na saúde hepática. Reduzir o consumo de bebidas açucaradas, álcool e alimentos ultraprocessados também é fundamental.

A prática regular de atividade física complementa o tratamento. Tanto exercícios aeróbicos quanto de resistência contribuem para melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a gordura no fígado. Além disso, controlar doenças associadas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto, é parte essencial da abordagem.
Vale lembrar que nem toda esteatose evolui para complicações. Muitas pessoas convivem com o quadro de forma estável por anos, especialmente quando adotam hábitos de vida saudáveis. O risco maior está nos casos em que a doença progride para inflamação e fibrose. Por isso, o acompanhamento médico regular é indispensável.
Em resumo, a esteatose hepática é um alerta silencioso do corpo. Ela indica que o fígado está sobrecarregado e pede mudanças. A boa notícia é que, na maioria dos casos, é possível reverter o quadro com ajustes no estilo de vida. Cuidar do fígado significa cuidar do metabolismo, da energia e do futuro da saúde.
-- Fernando Salan




Comentários